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CONTOS DOS LEITORES (TRÊS CONTOS POÉTICOS E DOIS CONTOS)


Olá amantes do terror como vão?

Espero que ótimos!

Neste site o leitor sempre tem espaço! E agora chegou a hora de contos.

Contos enviados por vocês! É o publico criando o medo!

Isso é QUEROMEDO.

Qual amante do terror que não adora contos de terror?

Já sabemos a resposta, não é mesmo?

Só uma ressalva: O último conto foi eu quem escrevi ha alguns anos. Espero que gostem!

Estamos recebendo muitos contos, mas infelizmente não tem como publicar tudo de uma vez. Entretanto fiquem tranquilos que vamos aumentar a quantidade de postagens para que todos possam participar.

Caso queira participar envie seu relato ou conto para queromedo@gmail.com

E até breve com novas postagens.


MEUS SONHOS




Enfim o sábado chegou, finalmente posso relaxar depois de uma semana tão difícil, eu só quero dormir até tarde, ficar jogado no sofá comendo porcarias e assistindo alguns filmes.

Aaaah... Não tem nada melhor do que isso... Só espero não ter aquele maldito pesadelo outra vez, MERDA!  Já vai para sete dias que não sei oque é dormir, se eu tiver o mesmo sonho outra vez,  vou enlouquecer!  Mas não vai acontecer de novo, eu sei disso!




Então resolvi  tomar um banho, antes coloquei uma musica bem alta mas logo tive que abaixar,  essa é a parte chata de morar em apartamento, mas fazer oque. Saindo do banho, coloquei uma roupa qualquer para ir ao mercado,  chegando lá peguei refrigerantes, salgadinhos e doces e passando pelo caixa  senti um desconforto, tive a sensação que todos estavam olhando para mim, comecei a rir, logo que sai do mercado, devo estar ficando maluco ... mais... depois  daqueles sonhos HAHAHA. No caminho para casa passei em uma locadora, resolvi pegar só filmes de comédia, ahhh, esse sim era um final de semana perfeito!  Ainda na locadora, veio a mesma sensação de alguém me encarando, mas dessa vez era só um bebe,  sorri para a criança, ignorei e fui embora.

Cheguei  em casa, coloquei o filme, roupas confortáveis e me joguei no sofá, a parte boa de assistir filmes de comédia, é que você esquece de tudo, depois de alguns filmes e porcarias, já estava cansado e decidi dormir. Quando olhei no relógio...  PORRA! Eram  4:02 da manhã. Nossa como a hora passou  rápido, desliguei a TV e fui para meu quarto, amanhã eu arrumo a sala...

Abri a porta do meu quarto e fiquei paralisado. Meu corpo inteiro começou arrepiar, MEU DEUS, esta acontecendo de novo. Entrei em um quarto com paredes rosa, bonecas e palhaços pendurados na parede, mas dessa vez tinha algo a mais, um berço bem no meio do quarto.

Um berço branco, com algumas coisas escritas em preto, eu consegui ler, "i'll always be here for you" ( sempre estarei aqui por você ).

Meu medo era tanto, que eu sentia meu corpo inteiro doendo com os arrepios, então um daqueles malditos brinquedos que ficam em cima do berço, começou a tocar uma canção de ninar.

Eu gritei: AAAAAAAAHH! O que era isso? Porque estão  acontecendo essas coisas comigo? Depois disso comecei a escutar uma risada, PORRA! Tinha uma criança dentro daquele berço macabro. Comecei andar em direção ao berço, quanto mais eu me aproximava, mais alta era a risada, nunca foi tão difícil dar dois ou três passos. Cheguei  perto do berço, estava com muito medo de olhar, mas eu precisava saber oque tinha ali.

Quando olhei a risada parou, tinha um pedaço de papel manchado de sangue, e nele estava escrito "stay here with me" (fique aqui comigo) quando terminei de ler, a risada voltou mais forte do que antes. Estava atrás de mim, eu precisava sair daquele quarto. Me virei rápido para correr, mas meu cérebro parou de funcionar quando vi aquela criança parada na porta.

Tinha um vestido preto e longo, ela segurava um ursinho de pelúcia, mas ele estava todo sujo de sangue, as unhas dela também. Ela era pálida, cabelos curtos. Olhos grandes e redondos, olhos muito grandes e sem pálpebras, e aquele sorriso macabro, dentes escuros e pontudos. A boca e os olhos dela eram muito grandes e para o resto do rosto.   Tinha um olhar de prazer, Como se eu fosse um brinquedo, e não parava de rir, eu precisava passar por ela para sair do quarto, mas eu não conseguia nem me mexer, seria impossível.

Ela esticou os braços e começou andar em minha direção enquanto ria sem parar. eu não conseguia me mexer. Aquilo não era um sonho, eu estava indo para o quarto. Oque esta acontecendo? Ela esta chegando perto, não tem mais oque fazer. 

Acordei quando ela estava a 30 centímetros de mim. Fiquei aliviado, mas ao mesmo tempo eu não conseguia me mexer de tanto medo, meu corpo não parava de tremer, olhei para o relógio e ainda eram só 4:50 da manhã. Fiquei imóvel no sofá até a luz do sol clarear a sala, eu mal conseguia olhar para os lados de tanto medo.

Não conseguia tirar o rosto daquela menina da cabeça, sua boca e seus olhos eram tão grandes. Aquelas mãos cheias de sangue e também aquela risada... Eu estava muito cansado, mas não queria nem tentar dormir por medo desse sonho, eu precisava de ajuda.

Depois que vi a luz do sol, troquei de roupa e sai de casa para tentar ocupar minha cabeça. Andei bastante, passei na casa de uns amigos e fomos para o cinema, depois nos divertimos  bastante, e acabei me esquecendo do pesadelo . Eu cheguei tao cansado em casa que só tomei um banho e apaguei.

Acordei super bem, me arrumei e fui para o trabalho. Aaah... estou tao feliz por não ter tido aquele sonho que nada vai tirar meu animo hoje. Cheguei ao escritório e achei muito estranho a princípio, estava todo mundo muito quieto, fui para minha mesa sorrindo e pensando: o chefe deve estar bravo.

Sentei em minha mesa e comecei meus relatórios, aquele silêncio ja estava começando me deixar inquieto então decido perguntar para o colega da mesa ao lado o porquê do silencio e quando me virei, comecei a ouvir um barulho, mas não dava pra entender o que era então fui atrás desse barulho, no caminho perguntei a uma colega se ela também estava ouvindo...ela não respondeu... dei alguns passos e comecei reconhecer, isso não pode estar acontecendo, PORRA estou acordado! Era a mesma canção de ninar daquele quarto maldito. 

Eu me virei e comecei correr para fora do escritório e a musica ia aumentando a cada passo, abri a porta de saída e vi tudo rosa mais uma vez, estou acordado! Isso não é real! Comecei ouvir aquela risada e estava ficando mais alta a cada segundo. O berço estava no meio do quarto, mas eu sabia que ela não estava lá, a risada vinha de fora do quarto, olhei dentro do berço e vi um gato morto deitado no colo do ursinho de pelúcia que aquela menina segurava. Fui correr para fora do quarto e a porta se fechou, nisso eu acordei.

Eu estava deitado na minha cama com a roupa do trabalho e com as mãos sujas de sangue, entrei em panico. Peguei meu carro e fui para casa dos meus pais, esqueci emprego, amigos, vida. Eu precisava de paz.

Meus pais moravam em uma fazenda, nada melhor pra relaxar e colocar a cabeça no lugar. Chegando lá, fui recebido com muito carinho, preparamos um churrasco, apenas eu e meus pais. Foi um dia perfeito, colocamos o papo em dia, fazia meses que não via meus velhos. 

Na hora de dormir foi um problema, expliquei para minha mãe oque estava acontecendo, ela disse que ia ficar tudo bem porque era só estres do trabalho, mesmo assim eu fui para o quarto com medo. Tive uma ótima noite de sono, acordei com café na cama e tudo q tinha direito, e assim foram os próximos seis dias, tudo uma maravilha.

Domingo à tarde, preciso voltar pra cidade e dar uma boa desculpa para meu sumiço no trampo. Conversando com meus pais acabei me esquecendo da hora, eles insistiram muito pra eu posar lá, mais me despedi e peguei a estrada... Já era muito tarde e com medo de dormir fui direto para o trabalho. Acabei cochilando dentro do carro.

 Acordei assustado com o sol no rosto, meio amarrotado fui logo dar uma explicação para meu chefe, contei que não estava bem e precisava de um tempo, ele me deu uma bronca, mais disse que entendia e me mandou ir atrás do tempo perdido, tive um dia cansativo e muito bom, conversei bastante e dei muitas risadas, só que não tirava aquela menina da cabeça mais eu sabia que não teria mais aqueles sonhos de novo, eu estava muito bem, tinha tirado uns dias de folga e agora estava tudo bem... tudo bem...


Aleluia, hora de ir para casa descansar... Já estava com saudade da minha casa e do emprego. Entrei no prédio e fui para meu apartamento, procurando as chaves para abrir a porta, quando escutei o choro de uma criança, eu fiquei paralisado na hora, nisso minha vizinha me chamou, quem estava chorando era o filho dela... Ela me perguntou se eu não tinha visto o gatinho dele, já estava sumido há uma semana. Na hora fiquei tão aliviado, disse que estava viajando, mais ela me olhava de uma forma tão estranha... Entrei no meu apartamento, joguei minha bolsa cheia de roupas no sofá e fui tomar uma água, minha boca estava seca depois de um susto desses, mas eu estava sorrindo... Pensei em como estava sendo bobo com tudo aquilo. Coloquei a garrafa de água na mesa... Uma sensação estranha... Fui pegar a bolsa do sofá para arrumar a roupa, quando chego na sala,  vejo um ursinho de pelúcia todo sujo de sangue em cima da minha bolsa e escuto uma risada baixinha vinda do meu quarto...

Danielle Q. Stanley

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Segue três contos poéticos

OS TRÊS IRMÃOS

Ao entrar no apartamento
De prontidão sentiu-se o cheiro
O cheiro de um anjo
Que passara pela manhã.

Ao entrar no apartamento
De prontidão sentiu-se o cheiro
De um anjo negro
Cheiro do anjo da morte.

Sobre o tapete envolto em sangue
Na mão do anjo um irmão pegou
Abandonou a vida de outrora
Por causa apenas de um ex amor.

Da janela do apartamento
Outro irmão se jogou
E sobre os braços do anjo
Enfim o irmão repousou
Conseqüência da perda do ócio
Que até aquele dia o sustentou.





Pendurado pela gravata
No portal principal
Jazia o ultimo irmão.
Com a cadeira de mogno que o sustentou
Por alguns segundos até que se calou
Sob os pés.

Amassado em sua boca estava o exame
Que comprovava a causa
De todo esse vexame.
O câncer que o consumia – aviso prévio do anjo
O fez se antecipar
E sobre as costas do anjo
Resolveu se amontoar.

Embaixo da cama no quarto principal
Dormia o espírito, o espírito mau
Que após cumprir seu legado
Só restava dizer aos seus irmãos
O seu mais singelo “tchau”.

Winner Furtado.

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A MÁQUINA

“Somos apenas uma máquina.
Apenas uma máquina programada.
Uma máquina programada para morrer.
Desligar-se.”
Esse era o único pensamento
Pensamento único que ecoava
Na oca mente de um velho jovem.
Velho de alma, porém liso, de pele macia.
Esse era o único pensamento que ecoava
Durante dias e noites mal dormidas
Mal vividas.
Vivia à sua maneira
Usufruindo dos cânceres
Cânceres criados por seus irmãos
Seus irmãos humanos
Que não lhe davam a mínima atenção.
Vivia usufruindo dos cânceres
E ecoando o único pensamento.
Vida nada saudável e
Que acarretaria nos próximos tristes fatos.
Num dia incomum após seu stand by
A maquina fora ativada mais uma vez
Quase que contra sua vontade.
Nesse dia atípico
Ao olhar-se no espelho
Viu sobre sua cabeça
Um fantasmagórico relógio vermelho.
Relógio que retrocedia.
Para sua surpresa, estava perto do fim.
Pegou a sua faca e saiu por aí.
Como era de se esperar, via flutuando
Sobre a cabeça dos irmãos humanos
Pesadamente o mesmo relógio.
Sentindo uma profunda excitação
Saiu dançando
Brincando de degolar.
Zerando outros relógios sentiu-se bem
Banhado de sangue e feliz
Resolveu repousar.
Repouso feliz e infinito
A máquina decidira se desligar.

Winner Furtado.

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CLARISSE

Clarisse é uma menina nova
Que já fuma cigarros e outras coisas
E apesar de nova ser
Não procura e nem tenta esconder
Suas rugas feitas de tanto aprender
Aprender da vida, aprender da morte
E outras peripécias mais.

Clarisse um dia conheceu um cara
Um cara jovem e canalha
Belo e dos olhos d’água
E Clarisse enfim se apaixonou
Não fora longo o tempo de esperar
e logo Clarisse chorou.

Andou até o porão
E no centro do pentagrama Clarisse se sentou
Evocou alguns demônios
E até o sangue ela doou
Para Matar quem a matou
Naquele tempo em que sonhou
Saber como devia ser vivida a vida
Dividida no tempo em que gastou
Com quem tanto ela gostou.

Clarisse é uma menina nova
Que já fuma cigarros e outras coisas,
E apesar de nova ser
Clarisse já matou.
Matou o amor e o seu coração
Matou o amor e nem pediu o seu perdão.

E no corpo ela pintou
Com gestos doces e com ternura
A frase que logo amou:
“Tudo está fluindo”
E logo depois ela pensou
Pensou, pensou e repensou
“Quem será que sou
Nessa leve brisa que é a vida?”





Logo depois Clarisse se banhou
Com sangue novo, novo como Clarisse
Que apesar de nova já matou.

Winner Furtado.







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 EMBAIXO DA CAMA




Com os gritos, não foi só eu a acordar, mas toda casa. Meus pais, numa ânsia defensiva e humana, em poucos segundos já estavam ao lado da cama do meu irmão, cama esta que sempre vislumbrei ao lado da minha. Ele se debatia violentamente contra o colchão enquanto suas mão cerravam-lhe os olhos. Aos poucos, por um forte abraço materno, fora se acalmando e, logo, entre soluços, relatava o motivo daquele escândalo devastador:

"Embaixo da cama do João mãe, ele..., tem... olhos azuis, falou no meu ouvido com uma voz de monstro que.. mataria meu irmão, que ele o queria... então apertou meu braço, está ardendo muito." (A mãe olhou não havia marca alguma).





Meus pais se entre-olharam e com uma afirmação suave disseram quase simultaneamente:  "Bem querido, foi só um pesadelo". Entre protestos e pedidos de Gerson (Meu irmão) ainda, antes de saírem, tiveram que olhar por debaixo da minha cama (Não havia nada além de cuecas e meias sujas, estas provedoras imediatas de uma repreensão direta de minha mãe). Sob último pedido, a luz do corredor ficara acesa e, a porta do quarto entreaberta. Meus pais se despediram de Gerson de forma tranquilizadora e, minha mãe, antes de retirar-se por completo; disse à mim: 
"Amanhã quero tudo limpo João" Um simples "Sim, Senhora" finalizou o diálogo. 

Eu tenho apenas doze anos, Gerson, quatorze, portanto três fatores me incomodavam: Primeiro: Por que havia de ser embaixo da minha cama?. Segundo: Por que o monstro do pesadelo inútil do Gerson queria matar-me e não a ele? ( Digamos; fato incomum em sonhos). Terceiro: Sendo eu mais novo, jamais me comportaria daquele modo, como Gerson era infantil. Aliás, na escola quem anda brigando por ele sou eu. Bem, como sempre diz minha mãe; acredito que ele seja mais sensível. Ah! e quarto: Amanhã teria de limpar debaixo da cama, este era o menor dos problemas, mas com certeza incomodava.

Entre estes pensamentos, percebi que Gerson ainda soluçava um choro contido.  Tentei acalmar-lhe; explicando o que meus pais, há pouco, haviam explicado. O efeito foi gradativo e aos poucos foi acalmando-se até adormecer, mas não sem antes dizer, com voz sonolenta e disforme, algo que me gelou a espinha e me fez arrepiar: "Entre o dormir e o sonhar, vou te pegar".  

Acordei cansado, meus olhos pesavam um sono contido. A cama de Gerson estava perfeitamente arrumada; este já levantara. Da janela entre as frestas do metal furado escorria a luz serena do sol matinal. Calcei o chinelo e devagar caminhei para a cozinha no percalço de um bom café-da-manhã. 

Minha mãe encontrava-se frente ao fogão, fritava algo, talvez um ovo, mas não pude reconhecer pelo cheiro. "Bom dia mãe" . "Já arrumou debaixo da cama como prometeu João?" a resposta veio seca e imediata. Ela deve estar muito brava(Pensei), droga Gerson, droga de sonho. "Não, mas já vou". "Ótimo, vá arrumar e depois você come". "Tá" Disse eu em desânimo - "Onde está o Gerson?" Complementei. 

"Ocupado" Foi a resposta.

Arrumei a cama rapidamente, sem muito enfeitar, o que no final mostrou-se um trabalho muito diferente da arrumação de Gerson, contudo não cem por cento desarrumada. Bastava agora arrumar debaixo, recolher as meias, as cuecas e sabe lá mais o que. Indefinidamente um pequeno receio veio-me à mente, os gritos e o medo de meu irmão expressos na noite anterior transmitiam-me um temor involuntário em abaixar e olhar. Sem dúvida embaixo da cama é um lugar horripilante, não foi ao acaso que Gerson teve aquele pesadelo.  Tudo poderia esconder-se ali, era um lugar pouco visitado, escuro e sujo.

Contudo a limpeza tinha de ser feita, senão, não haveria café. Abaixei lentamente ainda ouvindo na mente os gritos de Gerson na noite anterior. Não consegui. Meu coração pulsava num ritmo desordenado. Mais duas tentativas seguiram, até que de súbito caí de joelhos prostrando a cabeça entre o colchão e o chão.

Tudo era muito escuro ali, algumas peças de roupa brancas destacavam-se meio à poeira antiga. Aos poucos e quase sem olhar fui retirando peça por peça; abria os olhos, fazia mira, fechava-os e, aplicava o golpe certeiro recolhendo-a. Num desses arremessos agarrei algo duro, possivelmente um sapato, instintivamente o larguei recolhendo-me para longe da cama. Mas não poderia parar ali, e aos poucos retomei a coragem. Mirei no sapato e, com toda força lancei-me em direção ' a presa', puxei com força, mas este parecia estar preso entre a madeira e o chão, forcei ainda mais, mas nada. Sem soltar  decidi abrir os olhos para ver o que se ocorria.

O sapato não estava preso, estava pesado, pois era o sapato de Gerson. E ali estava Gerson embaixo da cama, aos poucos fui subindo o olhar, passando do sapato, ao tornozelo, depois ao joelho, à barriga ,enfim , ao chegar no rosto Gerson aproximou-se de súbito, agarrou-me pelos cabelos  e colou sua face banhada de sangue na minha. Onde deveriam haver os olhos só haviam dois escuros orifícios mesclados de sangue. Tentei fugir, mas era impossível, a força que me segurava era descomunal. Gerson sorriu e suavemente disse exalando seu hálito podre: "Entre o dormir e o sonhar vou..."

Desesperadamente acordei, olhei desesperado procurando Gerson em sua cama, ele não estava ali. Já era manha e, a cama de Gerson, como de costume, estava rigorosamente arrumada. Corri rapidamente para a cozinha, minha mãe, como no sonho fritava alguma coisa no fogão. "Cadê o Gerson?" Perguntei afobado.

Sem notar a pergunta minha mãe virou-se para mim estendendo a frigideira. "Vai querer querido?" . O medo fez-me cair ajoelhado no chão frio da cozinha, pois entre borbulhas de gordura e sangue, encontrava-se, na frigideira, os olhos de Gerson. Minha mãe com um sorriso irreal, disse entre gritos: "Te pegar" "Te pegar".

Acordei num desespero infindo. Ao meu lado meu irmão dormia tranquilo, ainda era noite. A luz do corredor entrava pela porta, iluminando boa parte do recinto. Poucos carros passavam pela rua. O ronco do meu pai no quarto ao lado definia sua presença.

Gradativamente me acalmei, tudo estava em paz, com exceção de um pequeno ruído, suave e doce como o sono inicial, que aos poucos, juntamente enquanto eu adormecia, começou a tornar-se claro e real, dito por uma voz simples e repetitiva; era como pequenos sinos que badalavam no inicio do sono uma pequena frase, agora inofensiva: "Entre o dormir e o sonhar eu vou..."     

J Victor



Um comentário:

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